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Exclusivo.”Será o maior orgulho levar o Vasco de novo à Série A”. Dorival Júnior

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Dorival Exclusivo.Será o maior orgulho levar o Vasco de novo à Série A. Dorival Júnior

A diretoria do Vasco espera quebrar hoje o recorde de público no Maracanã, em 2009.

A promessa é de mais de 80 mil torcedores.

E fazer a tarde deste sábado entrar para a história.

Se o clube da cruz de malta vencer o Bahia estará praticamente de volta para a Série A.

Será o fim do suplício na Segunda Divisão.

Dirigentes choram de emoção pelos cantos de São Januário.

Jogadores fazem promessas.

A única pessoa que não está contaminada pela euforia é Dorival Júnior.

O treinador aceitou ontem dar uma reveladora entrevista exclusiva ao blog.

E mostrou como tudo foi muito mais difícil do que parece.

Como é disputar a Série B com a obrigação de fazer o Vasco voltar à Série A?

Está sendo o maior desafio da minha carreira.

Eu entendo perfeitamente o Mano Menezes.

Ele disse que disputou a Série B com o Corinthians com uma tonelada nas costas.

E olha que ele teve muito mais facilidade do que eu.

O Vasco passou por vários problemas que não quero detalhar (atrasos de salários).

Nosso trabalho está sendo bem mais difícil.

Vou passar um dado para você entender.

Eu repeti a escalação apenas uma vez.

Isso somando as partidas do Campeonato Carioca, da Copa do Brasil e da Série B.

Um absurdo.

Fizemos três reformulações durante o ano.

Eu tive de crescer muito como técnico.

Mas a missão está quase cumprida.

Quase.

Não vou perder o foco.

Sou eu quem dou o rumo das coisas por aqui.

Dorival por que passar por esse sufoco?

Não seria melhor ter dirigido uma equipe da Série A?

Olha, eu vou ser bem sincero.

Enquanto estava no Coritiba tive propostas de clubes da Série A.

Só que o primeiro a me procurar foi o Vasco com Roberto Dinamite.

Ele me perguntou: “Você aceita trabalhar no Vasco em 2009? Na primeira ou na segunda divisão?”

Eu pensei um pouco e logo respondi: “Aceito”.

O motivo foi um só: abrir o mercado dos clubes grandes do Rio de Janeiro.

Como jogador atuei em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

Para minha carreira foi ótimo estar comandando o Vasco.

O mercado do Rio de Janeiro é muito forte.

Mas Dorival, os clubes cariocas ficaram para trás.

A infraestrutura foi esquecida, ninguém gosta de treinar em dois períodos.

Parece que os clubes vivem na década de 80 do século passado...

Cosme, infelizmente eu tenho de concordar com você.

Os clubes do Rio estão acordando agora.

Perceberam que perderam muito tempo em relação a São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

Não há um centro de treinamento de verdade por aqui.

O Vasco utiliza um que tem apenas dois campos e talvez até o perca, não vou entrar em detalhes políticos.

Já tive uma conversa séria com o Roberto Dinamite que é uma pessoa de muita visão.

Sem o Centro de Treinamento vamos continuar sempre improvisando.

Isso é péssimo.

O trabalho fica difícil, desigual em relação aos outros estados mais desenvolvidos.

É uma judiação o que acontece no Rio de Janeiro.

Há muito talento desperdiçado.

Os clubes precisam se modernizar, levar a sério os treinamentos.

Parece que você chocou o departamento de futebol do Vasco logo no início do seu trabalho...

É verdade.

Parece engraçado, mas não é.

Quando comecei a trabalhar, pessoas importantes no clube me chamaram.

E foram logo perguntando: ‘por que você dá treinamentos de manhã e de tarde? No Rio não é assim. Basta um período.’

Agradeci o conselho, mas falei que comigo o trabalho seria dobrado.

O presidente Roberto Dinamite me deu autonomia para isso.

E sem trabalho não se consegue nada no futebol.

Sei que fui contra a cultura carioca, mas quebrei um tabu.

Espero que nunca mais alguém estranhe trabalhar de manhã e de tarde.

Clubes da elite do futebol brasileiro precisam trabalhar assim.

O Rio de Janeiro pode ter praia, pode ter o que for à noite.

Mas eu quero trabalho.

Os jogadores entenderam e a resposta esta aí dentro do campo.

Estamos perto do nosso objetivo porque trabalhamos muito.

O carioca tem talento, mas para que possa mostrar o seu talento tem de suar.

Acabou o romantismo.

Futebol é trabalho físico.

Só tem a bola quem esta melhor fisicamente.

Para que você tivesse o apoio de todo o elenco foi preciso lidar com o Carlos Alberto.

Como você fez que ele trabalhasse de verdade?

Eu fui jogador e sei o que o jogador mais respeita: a sinceridade.

Eu o chamei para uma conversa.

E perguntei o que ele queria da vida.

Falei que já perdeu muito tempo na carreia.

Disse que se contentar em ser apenas titular de um time grande era pouco para ele.

Falei que ele tem um talento diferenciado.

Mas estava ficando para trás.

Disse que colocaria tudo nas mãos dele: sua carreira, seu futuro, a importância para o time.

O fiz capitão do Vasco.

E ele passou a ser referência, dar exemplo.

Passou a treinar com mais vontade, ter mais importância para o grupo.

Hoje os jogadores do Vasco o respeitam porque sabem que ele se esforça tanto ou mais do que os demais.

O talento do Carlos Alberto não pode ser desperdiçado.

Ele virou um dos grandes líderes que eu precisava no elenco.

E sinto que ele voltou a sonhar com algo maior para a carreira.

Não sei se jogar na Europa ou Seleção Brasileira.

Mas o Carlos Alberto conquistou o direito de voltar a sonhar trabalhando, treinando, correndo, se cuidando.

Qual o segredo do Vasco na Série B?

Ter reconquistado a autoestima no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil.

Fizemos um bom campeonato estadual.

Ficamos fora das semifinais do primeiro turno por problemas políticos, de inscrição de jogador.

Na semifinal do segundo turno, jogamos mal uma partida.

Tomamos um gol contra o Botafogo e nos abrimos, sofremos uma goleada por 4 a 0.

Saímos da competição sabendo que poderíamos ter conquistado o título.

Valeu como lição e seleção natural do grupo.

Na Copa do Brasil perdemos a semifinal para o Corinthians.

Foram dois jogos, quatro tempos.

Fomos melhores em três tempos, só no primeiro tempo da primeira partida que o Corinthians foi melhor do que nós.

Não fomos para a final de maneira injusta.

Mas a nossa participação mostrou a nós mesmos que estávamos no caminho certo.

O Vasco tinha voltado a ser respeitado.

E na Série B conseguimos ficar na liderança lutando, brigando até mais do que os demais.

Os adversários fazem o jogo da vida contra o Vasco.

O Brasil inteiro acompanha as nossas partidas.

A chance de se mostrar para o mundo é indo bem contra a gente.

Disputamos um campeonato paralelo.

E estamos mostrando mais força do que muita gente esperava.

Você foi muito leal ao Vasco.

E recusou um ótimo contrato para trabalhar no Palmeiras, depois que o Luxemburgo foi demitido.

Agora que já passou, posso falar o que aconteceu, Cosme.

Em 2007 eu tive um contato com o Palmeiras, não deu certo.

Em 2008, a mesma coisa.

E em 2009, a diretoria do Palmeiras chegou muito mais forte, decidida.

Foi quando o Luxemburgo foi demitido e antes da contratação do Muricy.

A minha ligação com o Palmeiras é forte.

Meu tio, o Dudu, jogou muito tempo ao lado do Ademir, no tempo da Academia.

Depois eu joguei lá.

Mas não iria nunca virar as costas para o Vasco.

Por dinheiro nenhum deixaria o clube no meio do trabalho.

E recusei trabalhar no Palmeiras.

Tive uma conversa sincera e os dirigentes palmeirenses entenderam e respeitaram a minha postura.

Eu sou assim, não rompo contratos.

Você tem convite para continuar no Vasco em 2010.

Mas sei que há outros clubes interessados em você.

Já tomou uma decisão?

O que vou falar para você, falei para o presidente Roberto Dinamite.

Estou orgulhoso com o fato de o Vasco querer seguir comigo.

Mas não perder o meu foco.

Quero colocar o Vasco de novo na Série A.

Trabalhar intensamente nestas últimas partidas pela Série B.

Depois definir que rumo darei à minha carreira.

Posso dizer que estou muito feliz no Vasco e no Rio de Janeiro.

Mas, sinceramente, ainda não sei o que será melhor para mim.

Minha prioridade é levar o Vasco para a Série A.

Depois eu quero pensar.

Não só em mim, mas no Vasco.

O Roberto Dinamite será a primeira pessoa a saber da minha decisão.

Só digo uma coisa: tenho a certeza que acertei demais vindo para o Vasco.

Minha carreira vai tomar outro rumo depois de tudo o que estou vivendo por aqui.

Será o maior orgulho levar o Vasco de volta para a Série A.

De onde nunca deveria ter saído...

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